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Um dia faço um blog

NÃO DESCULPAMOS OS TRANSTORNOS CAUSADOS PELAS PERTURBAÇÕES NAS LINHAS!!

Desculpem o capks lock do título. Primeiro foi porque tinha que vos chamar atenção. Já não vinha ao  blog há bastante tempo e era a única maneira de vos captar o olhar para aqui. Golpe baixo, eu sei. O segundo motivo é porque estou realmente nervosa e chateada. 

Se tivesse um milhão de euros, juro-vos que era menina para o dar a quem tiver o coração suficientemente doce, a mente completamente aberta e uma pachorra infindável ao ponto de aceitar os 35920121 pedidos de desculpa diários dos senhores do metro de Lisboa pelas milhares de perturbações diárias nas linhas. 

Não, meus grandessíssimos e respeitáveis senhores, eu não desculpo as constantes perturbações em todas as linhas, todos os dias.

Já agora, e por falar nesse flagelo, o que querem dizer com perturbações? Sei lá, já que somos todos tão íntimos - literalmente -, e tendo em conta que diariamente toda e qualquer parte do meu corpo é tocada (e esmagada, digamos), por toda e qualquer pessoa, acho que já temos confiança suficiente para saber, com detalhes, afinal de que se tratam essas perturbações. 

Eu já nem falo de não adorar o facto de ter que viver com o excesso de partilha corporal que todos os dias me vejo obrigada a ter. Lá calha uma cotovelada na mama esquerda, um entalão no pé direito, um quase tocar de bocas, ao ponto de sentirmos quase o hálito de cada um. Vou até fingir que me esqueço de falar do quanto é motivante começar o dia com o sovaco de alguém literalmente a bater-nos no nariz (falo por mim, que altura não abona a meu favor).

Mas há uma coisa que tem que ser falada. As pessoas tornaram-se realmente ainda mais filhas da puta. E a culpa é vossa. A sério.

Um relato rápido e ilustrativo sobre HOJE: Metro atrasado, as usual. Pessoas chateadas, com cara cerrada e de poucos amigos. Poderia jurar que era terça-feira e estava cercada de sportinguistas. O tempo de espera aumenta. As pessoas começam a bufar. O ajuntamento de seres humanos por metro quadrado começa a tornar-se surpreendente. Volta e meia lá se ouve um foda-se esta merda, vou a pé. Entretanto o metro chega e quase que achei que estaria perante bichos se não fossem 9h da manhã e não estivesse eu na Baixa-Chiado. Empurrões, uma asneira aqui e outra acolá. Um salve-se quem puder pelos últimos 2 centímetros da última carruagem que já estava à pinha. As pessoas que queriam sair, coitadas, não tiveram hipótese, tal era a fúria de quem queria entrar. Que importa se eram velhos, crianças ou pessoas com problemas de mobilidade? Ia tudo à frente, literalmente, e foi tudo esmagado, qual sardinha enlatada. 

Perante isto, como continuar a aceitar as vossas desculpas? Talvez ponderássemos se houvesse algum comunicado, algo como: "Desculpem lá isto, minhas bestas quadradas que não sabem viver em sociedade. Como pedido de desculpa, daquele honesto que vem do fundinho do coração, vamos devolver-vos o balúrdio de dinheiro que estão a pagar para usufruir do nosso serviço de merda."

Mas não. Continua tudo na mesma. Nem o serviço melhora, nem o valor do passe mensal desce. Pelo menos satisfaçam-nos esta curiosidade e expliquem-nos, COM DETALHES, o que querem afinal dizer com perturbações na linha. Já merecíamos. 

 

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